World Domination System
Capítulo 170
Como se respondesse a suas orações, um alvoroço surgiu na multidão quando o competidor mais controverso da história de Eldinor subiu no palco.
Protegida por uma barreira, Eldra foi cercada por soldados com expressões sérias em seus rostos enquanto a escoltavam ao longo da passagem central que havia sido isolada como chegada dos candidatos.
Vendo as expressões assassinas de todos ao seu redor, Eldra sentiu como se estivesse se afogando em um rio de ódio e nojo.
Múltiplas Bolas de Fogo e Flechas de Gelo já estavam sendo conjuradas pelos Elfos presentes enquanto se preparavam para atacar diretamente a barreira para se vingar de seus filhos e filhas perdidos.
Já prevendo tal situação, o governo optou por implantar a barreira mais forte de toda a Angaria Central.
Como uma mercadoria quente que tinha demanda, mas não oferta, essa barreira era capaz de proteger alguém do golpe de força total de uma existência no pico do Nível Guerreiro.
Como uma das façanhas de design de ferramenta mágica da qual Eldinor estava muito orgulhosa até hoje, esta barreira foi classificada como a ferramenta mágica defensiva mais cara de toda a Angaria Central.
Mesmo que Eldra soubesse desse fato, a grande quantidade de ataques que ela viu na multidão só fez o medo dela aumentar.
“Senhorita, a barreira vai aguentar.”
Ao ouvir a voz rouca da Elfa que comandava a escolta, Eldra se acalmou e assentiu, tentando se distrair de tudo o que acontecia a sua volta.
Este era seu mecanismo de defesa: quando as coisas a dominavam, ela tendia a recuar e se recuperar.
Quando ela estava prestes a fazê-lo, a conversa que teve com Daneel pouco antes de partir ressoou em sua mente.
“Eldra”, disse ele, sentado naquela cadeira no centro do quarto, como se simbolizasse que ele estava no centro de tudo.
Naquele momento ela estava parada na janela, olhando para fora enquanto temia o momento em que teria que subir no palanque para falar na frente de dezenas de pessoas que, provavelmente, queria matá-la e desmembrá-la.
Até agora, todo o treinamento dado por sua mãe tinha sido sobre assuntos que vieram depois de se tornar Rainha. Quanto ao aspecto de como realmente abordar uma multidão e conquistá-la, ela não tinha nenhuma experiência.
Embora o plano feito pelo Rei de Lanthanor fosse ótimo, dependia de sua execução.
Ao ouvir seu chamado, ela se virou para o homem que uma vez chamou de “pirralho arrivista”.
Nunca em suas fantasias mais selvagens ela imaginou que estaria nesta posição agora, onde ela jurou seguir todos os seus comandos.
Desconsiderando as razões que ela tinha para fazê-lo, Eldra sentiu como se tudo o que havia acontecido até agora fosse um sonho do qual ela poderia despertar se apenas se beliscasse com força suficiente.
Embora Daneel fosse sua salvação, muitas vezes ele a irritava devido ao hábito de esconder detalhes dela, como quando insistira na excursão aos armazéns.
Assim, apesar de tudo, Eldra tinha sentimentos contraditórios em relação ao adolescente à sua frente, que era 10 anos mais novo que ela.
Balançando a cabeça para se livrar de todos os pensamentos perturbadores, Eldra acenou para ele que mostrar que estava ouvindo.
Daneel já havia se acostumado com essa Elfa se distraindo das conversas devido à imensa pressão que estava sendo exercida sobre ela. Assim, ele esperou pelo aceno antes de prosseguir.
“Em algumas horas, você estará diante de uma multidão que a odeia tanto que, com certeza, vai te atacar. Quem pode culpá-los? Aos olhos deles, foi você quem separou várias famílias, tirando o tesouro que eles estimavam com todo o coração e alma. Aos olhos deles, você é o demônio que estava disposto a escravizar crianças de sua própria espécie para obter lucro monetário. Aos olhos deles, você é o Pecado, você é a Maldade e você é a Praga de Eldinor.”
Ao ouvir essa amarga verdade, uma expressão derrotada apareceu no rosto de Eldra.
Enquanto ela afundava em autopiedade, Daneel levantou-se de repente e bateu na mesa à sua frente, assustando-a e fazendo-a focar na expressão de raiva nos olhos do Rei de Lanthanor.
“Apenas dizer essas palavras me faz desejar que a pessoa que realmente é responsável por esses graves crimes estivesse na minha frente para que eu pudesse colocar minhas mãos nela. Essa escória não merece viver. Você não se sente assim, Eldra?”
Com lágrimas aparecendo em seus olhos, Eldra assentiu, resignada.
“Esta é sua chance de mudar tudo isso. Imagine só. A alternativa é viver com esta marca por toda a sua vida ou escolher acabar com tudo e morrer deixando nada neste mundo, exceto uma vala não marcada e incontáveis ressentimentos que irão atormentá-la mesmo na vida após a morte.”
À medida que as lágrimas começaram a fluir, os olhos de Eldra ficaram desfocados quando ela começou a se imaginar em tal posição.
Vendo isso, Daneel sorriu para si mesmo, pois havia conseguido o que queria. Ao escolher suas palavras com cuidado, ele fez questão de mergulhá-la nas profundezas da escuridão.
Agora, era a hora de dar a Luz que ela agarraria com todas as forças para sair daquela terrível poça que a estava afogando naquele momento.
“Se eu fosse você, agarraria essa chance com tudo o que tenho e marcharia em direção àquele palanque com a cabeça erguida. Usaria toda a raiva e frustração acumuladas em mim para falar com as pessoas com toda a paixão que puder reunir. Eu tiraria esse peso das minhas costas, não importa o que custasse. Tudo depende de você, Eldra. Até o final deste dia, você será reverenciada como a Elfa que trouxe o verdadeiro culpado à justiça, ou aquela que foi covarde demais para falar quando teve a chance. Faça sua escolha.”
Dizendo essas palavras enquanto encarava Eldra, Daneel saiu da sala depois de ver o fogo que havia sido aceso dentro dos olhos dela.
Agora, diante da multidão enfurecida, Eldra se acalmou e recuperou a expressão séria que sempre tinha quando fazia coisas difíceis.
Mantendo o objetivo em mente, ela caminhou em direção ao palanque com um passo medido.
Depois de alcançar e ocupar seu lugar entre os 5 candidatos, ela olhou brevemente para o lado apenas para ver sua mãe sorrir para ela com uma expressão indiscernível.
Ao vê-la no palanque, cercada pela barreira impenetrável, a multidão finalmente se acalmou e assistiu com fúria latente.
Alguns minutos depois, um Elfo que parecia que iria morrer a qualquer momento subiu ao palco antes de chegar ao pódio destinado ao anfitrião.
Tirando um aparelho de ampliação de voz, ele falou com uma voz estrondosa que ecoou pela clareira.
Com cerca de 1 milhão de pessoas assistindo, o Grande Debate começou com essas palavras.
“Sejam todos bem-vindos. Sem mais delongas, começaremos com os discursos individuais dos candidatos. Como é a norma, começaremos com aqueles que menos se dirigiram ao povo de Eldinor. Senhorita Eldra, o palco é seu.”
Esperando que isso acontecesse, Eldra assentiu antes de caminhar calmamente em direção ao pódio de madeira.
Apenas a menção de seu nome já reacendeu a fúria ardente dentro da multidão, fazendo com que a clareira se enchesse de vaias e gritos como “Morte aos Escravizadores!”, “Justiça para as Crianças!” e “Eldra deve Morrer!”
Ouvindo todas essas coisas com as quais ela já estava entorpecida desde as últimas duas semanas, Eldra primeiro bateu na ferramenta mágica para se certificar que estava ativa antes de dar uma declaração que silenciou toda a multidão à sua frente.
“Se vocês não se acalmarem e me ouvirem agora, mais de 100 crianças Elfas que foram sequestradas para serem vendidas como escravas morrerão em uma explosão a poucos quilômetros deste local.”